terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Após semanas consecutivas vivendo no limite da confusão dediquei alguns minutos a uma conversa comigo mesma. Isso era algo comum para mim, mas vem se tornando cada vez mais raro. Como sempre, reafirmei para mim a verdadeira causa das minhas atitudes, cansei de fingir. Por um momento foi muito bom me enganar quanto aos meus sentimentos, fazendo-os parecerem reais quanto a certas pessoas. Mas não são, nunca foram. Nada que sinto passa da minha vontade de sentir principalmente por alguém que já não me pertence mais. Apesar de tal conclusão senti uma pontada em meu peito, um sorriso de canto surgiu e a pontada finalmente foi decodificada pelo meu cérebro. Mal decodificada, por sinal. De alguma forma senti como se nós sempre fossemos pertencer um ao outro. Assim como ele sempre estaria relacionado a mim nas mentes das pessoas, nas histórias, nos olhares que quando vêem um, buscam o outro... Eu sempre seria dele.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Apesar de eu sempre lutar para que as coisas e pessoas fossem igualmente interessantes, sempre falhei. Sigo procurando novos vícios e tentando enganar a mim mesma. Mas é difícil algo superar você. Não entendo como alguém pode ser tão... Indiscutível. Meus músculos parecem se contorcer só de lembrar do efeito que teu cabelo faz quando cai nos seus olhos castanhos. Posso sentir a velocidade com que o sangue passa pelas minhas veias quando lembro da perfeição do seu sorriso torto. Olhar você me fazia sentir fantástica. Mas às vezes eu podia também só te ouvir. Sempre foi fascinante pra mim aquela voz meio rouca, meio infantil, com alguma dificuldade na dicção. Principalmente quando você dizia lentamente a junção de palavras que eu mais adorava.
Depois de te ver eu fazia planos de coisas para falar, atitudes a tomar, piadas a fazer... Eu precisava planejar as coisas pra te dizer. Sempre me preocupei com isso. Afinal não tinha sentido, não tinha como você gostar de mim pelas minhas atitudes espontâneas. Era frustrante esquecer todos os meus planos quando eu estava com você, apesar de me esforçar para lembrar. Foram muitas as vezes em que perdi a linha do raciocínio ao te observar... É disso que eu preciso pra seguir... Saber que você foi real. Apesar de não aceitar que seja insuperável. Preciso da utópica crença de que alguém um dia vai me abraçar forte como você. Algum dia, algum abraço vai fazer com que todas as terminações do meu corpo pareçam fios elétricos novamente...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Era sobre todos os meus erros ridículos que eu pensava naquela tarde, naquele táxi, onde eu insisti em ser estúpida mais uma vez. Onde eu deixei você passar por mim sem tentar te parar. Eu nunca lutei por você, mas sempre te quis. Nunca requisitei minhas forças, pois acreditava que você iria voltar. Aquela coisa de destino. O que é meu vai ser meu e tal. Só que até o destino cansa.
Não pedi pra parar o carro porque acredito que as coisas precisam andar. E por mim, elas andariam pra frente. Reencontrei minhas forças e me tornei o que sempre quis ser: livre.
Hoje sou totalmente livre. Não devo satisfação a ninguém. Vou pra onde quero, com quem quero e quando quero. Porém descobri que não tem sentido voar pra longe se não tiver pra onde voltar. Estou aí, nas ruas, nas festas, segurando uma lata de cerveja quando o que eu queria era segurar a sua mão.
Não sei se você sabe, não sei se você notou, mas teve um dia que eu te olhei bem nos olhos. Me senti meio boba, mas foi impulsivo. É, eu me perdi nos seus olhos naquele momento. E eu que já me perdi tanto nessa vida tive a certeza que o único caminho torto que vale a pena é o seu.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pra mim sempre existe aquele momento durante os filmes de romance onde toca a música tema. Aí eu esqueço da história do casal principal e me pego pensando nas minhas. Em todos os meus quase romances e amores de uma noite. Guiei minha vida desta maneira. Sem nunca me prender a nada, ou a ninguém. Mas mesmo assim tenho memórias bonitas e sempre intensas. A verdade é que sempre dou o máximo de mim no tempo que reservo com as pessoas. Apesar disso ser muito vago. Um dia o cara tá ali, me dizendo coisas bonitas e crente que está me fazendo acreditar. E no outro está gastando suas palavras e bordões com outra. A vida tem se tornado muito vazia. Não que eu me importe com a maneira que eles levam a vida. Ultimamente tenho me importado como eu levo a minha. Quando cheguei à conclusão que estava no caminho errado um misto de pensamentos confusos três vezes piores e maiores que o usual habitaram meus pensamentos. E eu que já estava perdida, fiquei no escuro.
Descobri que o primeiro passo seria falar o que tantas vezes escondi. Meu medo sempre foi o de amar e não ser amada. Acontece que isso tinha que ser superado. E é assim que se faz. Tu chega lá, com a cara e a coragem e diz "Olha, eu to aqui, apesar de tudo, de todos. Eu tive muitos caras depois de você. Bons caras, mas eu nunca deixei de pensar em você. E aí, como fica?". A coragem aparece quando a gente menos espera. Eu só quis que você não fosse mais um cara no meu blog. Mas quando sua voz foi tomada pelo silêncio eu pude entender. Na vida cada um faz sua parte. Eu fiz a minha. Aí todas as confusões se perderam no ar. E enfim pude ter paz.

sábado, 14 de novembro de 2009


Foi uma situação incomparável, um título que veio da forma mais árdua para um torcedor. Foi batalhado, sofrido. Foi na raça, no anseio, na união de tática com vontade. Será difícil apagar da memória de um vascaíno o nome, ou a imagem de todos os presentes em campo na última sexta feira. Mas mesmo quando a memória teimar em falhar e os momentos não tiverem mais o sabor de recente, existem nomes, feições e vozes que são impossíveis de serem apagadas. Como não lembrar que Ramon foi de raça todos os jogos? Como esquecer o maestro, o rei da colina Carlos Alberto? Esquecer do Elton? Aquele que nos deu o que precisávamos para chegar até a final, mas por um desejo divino perdeu o pênalti que podia ser o primeiro passo rumo ao título? Ah, aquele cara que mesmo após perder, e quase ver o Maracanã e a massa vibrante se virar contra ele foi lá, pegou a bola e disse "Deixa comigo". Esse cara teve postura de guerreiro. Fazendo jus a postura do time, do técnico e dos companheiros. Quem jogou com Alex Teixeira sabe. O garoto não é humilde. É marra. Na história cruzmaltina parece que a marra vem fazendo os gols dos títulos, das viradas ao longo dos anos, não é mesmo? Pois então afirmo que esses e tantos outros nomes nunca serão esquecidos. Vai tá escrito nos anais do Vasco da Gama 'O time que caiu, voltou, cresceu, venceu, virou...' E agora é mais gigante que nunca.

domingo, 8 de novembro de 2009

Quando toca Leoni eu não consigo evitar. Qualquer música brega com tentativa de desculpas me faz recordar. Já está virando rotina eu escrever sobre isso. Logo eu que não gosto de me repetir. A maior parte do tempo nem noto. Não lembro de você ou da sua voz estranha. Juro que quase esqueci daquele efeito que o cabelo faz no seu rosto. Ou o quanto você é bonito. Só que existem os domingos. E as horas em que opto pela solidão. Ou estou no meio de muita gente. Mas me sinto sozinha. Aí toca Leoni. O casal do meu lado se rende. E eu vejo como as coisas simples podem dar certo. Basta não complicar. Pra te esquecer já inventei novas regras. Fiz planos. Inclui novas pessoas na minha vida. Te procurei em tantos outros corpos e fingi que todos eles eram de longe melhores que você. Só que ninguém por mais intenso, bonito, completo ou engraçado vai chegar ao seu nível de capacidade para me completar. Desconheço ser que me remoa mais por dentro. Que me irrite tão profundamente e também que me faça perder tanto tempo. Estou perdendo tempo da maneira errada. Mas mesmo assim prefiro passar o meu ano brigando com você, do que amando outra pessoa. Admito então que todas as minhas novas ou velhas regras são falhas. Em tudo que está relacionado a você eu falhei. Só que da mesma maneira que sempre ouve resistência do meu lado, agora tem do seu. Eu deixei passar, ver no que ia dar. Eu tentei. Talvez tenha sido por menos de um minuto, mas eu me entreguei a tudo que você podia me oferecer. Sabe o que eu acho disso? Foi coisa mais certa que eu já fiz em anos. Dezessete pra ser mais exata.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

São tempos difíceis para os sonhadores. Vejo que no decorrer do dia as pessoas jogam os meus defeitos sobre mim. Em doses homeopáticas. Como se assim não fosse doer. Como se eu não soubesse.
Sou fogo. Venho do atrito e quando menos se espera faço da minha vontade algo grande. Intenso. Sou intensidade. Não sei viver de calmaria, por mais que eu queira. Meu barco está sempre atrás de uma boa tempestade. Vivo nos desafios do dia-a-dia. Já encontrei onde repousar. É nessa palavra amiga que encontro meu sossego. Fora isso, vivo tanto os meus dias que eles parecem longos. Tantas coisas acontecem nas minhas 24 horas. Não uso frases prontas e fujo dos clichês.
Se pudesse dar um bom conselho a alguém, diria para se afastar de mim. De alguma maneira que não compreendo consigo fazer as pessoas gostarem de mim. Como um desafio. Sim, um desafio. O maior desafio que alguém pode ter: gostar de mim. Não sou fácil. Mas meu externo parece tão simples e descomplicado. Foi feito exatamente pra passar essa imagem clara e objetiva. Tão longe do que se passa por dentro. Sou heterogênea.
E ao mesmo tempo que sou tão decidida. Tão dona das minhas vontades e das minhas regras, alguma parte se manifesta. Porque sim, até eu tenho meu lado bom. De alguma forma, às escondidas, tenho um lado frágil. Que é tão intenso quanto o outro. Ou até mais. Estou quase ficando cansada de escrever isso. Meus textos tão cheios de desculpas. Meus suspiros. E minha vontade de esclarecer as coisas. Fato é que, tudo que vai volta. Fiquem felizes. Tudo o que eu fiz, tá voltando...

domingo, 1 de novembro de 2009

Existe tanta confusão na minha cabeça. Nesse exato momento nem eu consigo definir o que sinto. Sou fruto de uma explosão e ainda tento juntar os pedaços. Fazer sentido. Sou problemática, inconstante, falo demais, bebo demais. Eu sei. Mas sei também que meus defeitos se tornam menores quando posso contar com sua presença. Quando te conheci, meu maior temor era gostar um pouco de você. Porque tu é pedra, como eu. Só que minhas forças, por mais requisitadas que foram... Faltaram. Toda a experiencia que julguei ter foi inválida. Foi nada. Tentei fincar os pés no chão pra não te seguir. Marquei o caminho pra tentar voltar. O que eu não sabia é que, quando o destino trabalha por nós toda força é fraca. Constatei o fato e por mais difícil que seja tenho que admitir: você é a minha trilha alternativa. Onde o sol brilha intensamente e o dia é mais bonito. E o vento bate fresco no rosto, movimentando o cabelo. É onde dá vontade de ir andando devagar, pra aproveitar. Pra durar. Você é o meu refúgio. E não existe mais possibilidade desta que lhe escreve ser feliz sem você, seus olhos pequenos e suas manias pra me fazer sorrir nas madrugadas insones. Todos precisam se desconectar um pouco do mundo real. Desse mundo mal. Você é a minha ilusão. A melhor que eu poderia ter. Obrigada por me fazer gostar tanto de você que nem percebo mais o vazio que carrego no peito. Siga sempre comigo. O meu caminho é o seu.

domingo, 25 de outubro de 2009

Por mais fria e calculista que eu possa ser, confesso que às vezes as emoções dos meus quase romances me tocam profundamente. Isso se dá principalmente nos minutos que antecedem meu sono, onde geralmente ouço música. Tenho consciência que existe algum pedaço de mim relativamente pronto para ser colocado a prova. Cair em queda livre e sem para-quedas. Acontece que o medo é maior e persistente. Assim será por muito tempo. Confesso também que nessas poucas horas em que viajo pelos meus pensamentos e rendo-me as possibilidades, eu sou imensamente feliz. É libertador deixar todos os temores um pouco de lado e apenas aproveitar. Por mais que meus pensamentos tenham se repetido muito nessas últimas semanas, aviso que não há riscos. Serei muito Isabella por muito tempo. Serei o pior de mim por muitas noites nas marquises das ruas. Mas um dia, sem dúvida, alguém com uma enorme capacidade, ou então uma homérica falta da mesma conseguirá despertar o melhor de mim. Esta é a minha mais nova certeza.

sábado, 3 de outubro de 2009

As coisas nunca foram fáceis pra mim. Creio que a dificuldade que sempre foi presente em minha vida é responsável pela formação da minha personalidade. Como resposta a isso criei uma espécie de escudo. A fim de obter proteção contra as coisas que anseiem me machucar. Durante os meus presentes dezessete anos nada me magoou de verdade. Nem o fato de eu crescer sem um pai obteve êxito. A vida segue colocando obstáculos para mim. Com o objetivo, creio eu, de despertar algum sentimentalismo. Sempre falha. Minha frieza é peculiar e na maioria das vezes atinge maiores níveis em relacionamentos amorosos. Principalmente com as pessoas que demonstram alguma boa intenção. Boa intenção não é pra mim. Gosto do complicado, difícil, árduo. Se algum dia, alguém me fizer perder uma noite pensando em como agir, tenha certeza... Conseguiu um feito. Nada tira meu sono. Amo dormir. Mas não deixo de fazer nada para isso. Anseio por vida, diversão. Meu lugar é nas ruas. Gosto da interação. Não fui feita para o amor. Sempre soube. Mas só agora consigo externar isso com toda a força. Imploro que não tentem despertar em mim tal sentimento. É inútil. Como resposta a única coisa que sinto é algo bem próximo de se sentir sufocado. Alguns despertam remorso. Sim, isso eu sinto com frequência. Remorso pelo mal que fiz e venho fazendo. Tenho asas e nasci para voar. Meu lugar não é aqui. Sou do mundo. Não tente me mudar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Toda vez que paro aqui, no meu quarto em tons cítricos e sento nessa cadeira meio quebrada é pra tentar te escrever algo. Ultimamente meus pensamentos estão direcionados a você e eu nem sei porque. Tu achas o que? Que isto não me aflinge? Não me amedontra? É tudo bem fácil, né? Mas não é. Não pra mim. Fiz uma cena. Pintei o maior quadro. Espalhei e gritei pra quem quisesse ouvir. "Sou complicada. me deixa, não insiste em mim". Mas você insistiu. Como negar que isso mexe comigo? Como o meu personagem poderia lidar com isso? Pois é. A verdade é que tu, com os teus humildes 180 centímetros me fez tropeçar. Um tropeço diferente onde para eu me reerguer de verdade, preciso da sua mão. É isso aí.
Agora estou aqui, rezando para que o mundo seja mais bonito. De um jeito totalmente novo. Desejando o correto. Repulsando o complicado. Quero que todos os amores dêem certo. A vida sorria. Que o casal de Malhação fique junto. E que você veja bons exemplos. Do que era pra ser, não foi, mas teve uma segunda chance. Apenas prove que é possível. Olhe bem dentro dos meus olhos pretos e veja a verdade. Eu estou aqui, de cabeça baixa, de quatro, te odiando profundamente, te xingando, virando a cara, te dando dedo, te ignorando, te tratando mal. Tudo isso porque eu não sei lidar com essas borboletas no meu estômago e com os calafrios que sinto toda vez que vejo você. Não seja estúpido, já disse. Não deixe isso se perder.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Acho que a primeira vez que eu olhei para você não vai sair mais da minha cabeça. O seu sorriso se abriu com os seus braços, e depois de tanto tempo tentando definir para você com palavras a porra da sensação que teria um abraço nosso, eu pude simplesmente te abraçar. A sua voz ainda vai ecoar dentro de mim por muito tempo. A sensação das suas mãos continuarão sendo o meu conforto. Vou lembrar de você enquanto minha memória permitir. E quando esta me falhar tudo se tornará confuso, sim, eu sei. Só que aquele frio na barriga que sinto quando lembro das nossas bobagens vai continuar comigo. Te levo sempre comigo. Como a lembrança mais bonita que alguém conseguiu despertar em mim. Tão bonita que não está armazenada em meu cérebro e sim, no meu coração.
“A melhor parte de mim” =)

domingo, 6 de setembro de 2009

Quando partiu, levou as mãos nos bolsos e a cabeça erguida. Sem olhar pra trás. Porque olhar pra trás era uma forma de ficar um pouco em um pedaço qualquer para partir incompleto. Não olhava, pois completo partia. Levando um pedaço de mim que eu não sabia que existia. Despertando algo que chamam de remorso. No virar daquela esquina tu olhou, eu não vi, mas olhou. Marcou o lugar e o tempo talvez pensando em nunca mais voltar. Mas voltou. Dando novamente uma chance para as nossas milhões de complicações. Para a falta de sentido total entre nós dois. Se eu pudesse corrigir meus erros, se tal chance me fosse dada, eu corrigiria sem pensar duas vezes tudo o que te magoou de alguma forma. Mesmo o que não faço idéia. Mesmo o que tomou proporções por fora dos meus conhecimentos. Tal poder não me foi oferecido. Resta-me apenas, agora, o mais sublime ato dos humanos: o arrependimento. E a total intenção de corrigir tudo De tentar de novo. A tentativa sincera de acertar, de ser a paz, de voltar atrás. Nosso passado, mesmo com as idas e vindas... É bonito. Não deixe se perder.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A posssibilidade da adoção no país de um sistema de monitoramento eletrônico de presos vem causando polêmica. Questões como a infração do direito à privacidade e de ir-e-vir vem sendo apontadas como ponto contra a aprovação do projeto. Mas, será que tais direitos devem ser garantidos a quem infringe a lei?
De todos os tipos de polêmicas a mais irritante definitivamente é a causada por meia dúzia de humanitários. Tudo agora é "os direitos humanos". Muitas pessoas estão sendo contra a aprovação do projeto para garantir aos presos tal direito. Falam que será o fim da privacidade. Mas, que tipo de privacidade é importante para um condenado? O direito a usar seu telefone celular na cela sem ser incomodado? Ou talvez eles necessitem de privacidade para organizar seus esquemas de rotas do tráfico e afins. Direitos são garantidos a quem respeita o direito alheio. Se a pessoa está na prisão é por ter cometido alguma ação ilegal.
Não seria uma grande generosidade do governo poupar os presos legais (aqueles que apenas furtam e não são muito violentos) de conviver com assassinos e estupradores? Dar o direito à uma liberdade assistida não é bom o suficiente? Mas se viver em uma cela lotada, convivendo com todo tipo de marginal, onde para sobreviver o indivíduo tem que se impor e se adequar ao sistema, for a melhor forma de recuperar um cidadão corrompido, que assim seja.
Condenem os presos mais uma vez. Façam como se o sistema atual fosse eficaz e como se esse sistema de monitoramento adotado por países desenvolvidos fosse ineficiente. Deixem como está. Apenas garantam aos condenados o direito à privacidade e os façam esquecer por anos o que é dignidade.


(Mais uma redação escolar minha, só pra atualizar isso aqui mesmo)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sabe quando é madrugada e a chuva já parou, e a água assenta nas paredes deixando tudo úmido junto de um ventinho constante? Eu gosto de pensar nessas horas. De ver minhas idéias indo com o que restou da chuva, e as esperanças se chocando com a minha pele como o vento frio. Depois de cair no sono assim várias vezes, finalmente pude ver beleza na aurora de um novo dia. Pois a mesma trouxe de presente para mim algo que eu havia perdido há muito tempo sem me dar conta da maneira como ocorrera.
Trouxe-me de volta. E o sentimento de me sentir eu com toda a intensidade e diversão que isso pode ser é algo, digamos, libertador. Liberdade. É isso que estou tentando explicar. A liberdade de ser você e não mais depender de atitudes, palavras ou pensamentos alheios. É realmente muito corajoso deixar sua felicidade na dependência de outra pessoa. Mais corajoso ainda é tentar fazer dar certo ao máximo, é gritar com o mais alto tom de sua voz que você quer, que você tenta e ao perceber que os ouvidos alheios não são bons o suficiente pra entender seus refrões você realmente desiste. Com toda a verdade dessa palavra. E quando desiste você recupera tudo o que sem querer deixou passar. E assim. Desistindo, libertando e recuperando eu finalmente consigo ver a beleza desses raios de sol que consegue ultrapassar minha armadura. Que não ligam se eu tenho uma capa. E que me mostram que essa foi só a primeira vez. Já que a primeira me fez assim, uma pessoa tão melhor... Porque temer as outras?

Feliz. Feliz. Feliz demais.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Definitivamente passa muita coisa na minha cabeça. Queria apenas que essa manhã que ainda vai nascer me fizesse acordar pela primeira vez na vida consciente. De tudo. De mim, de você, de nós, deles. Consciente do que quero e do que recuso. Nunca consegui tal proeza e considero aterrorizante essa minha estranha vontade de escrever sobre você. Ou talvez algo sobre nós. Não me parece certo querer confessar que eu gosto da maneira como os seus cabelos se põem entre os meus dedos. E no vai e vem dos mesmos você me sorri com os olhos. Os seus olhos. Também gosto deles. Gosto da maneira como eles descansam o olhar sobre mim.
Em você gosto tantas coisas. Seus defeitos, suas virtudes. Sua idiotice. Eu acho que ainda não aprendi como te dizer, é que o silêncio sentou ao nosso lado desde o começo. E não sou do tipo que tenta adivinhar. Esse foi o mais perto que eu já cheguei de jogar tudo pelos ares por alguém. Não que isso queira dizer alguma coisa.
Não quer dizer nada. Eu também não sou do tipo que diz. Omito, escondo, disfarço, engano. Me engano. Escrevo, me descubro. Concluo. Preciso de você, mais do que possa parecer.

domingo, 17 de maio de 2009

Eu devia vim com uma placa escrito: Cuidado. Eu tento e às vezes obtenho o êxito em prevenir as pessoas sobre a minha segurança extrema e meu errôneo modo de julgar. Paro e penso sobre todos os guris que conheci, tudo o que fizeram por mim – ou pensaram em fazer. Todo o mínimo e tímido cuidado e aspiração que tiveram e a forma fria com que sempre retribuí. Não nasci para sentimentos. Não sei demonstrar. Talvez porque não sei sentir. Não sinto nada. Quer dizer, algumas pessoas conseguem despertar em mim um sentimento bem próximo ao de se sentir sufocado. Mas não é isso. É só algo muito próximo. Não sou amarga, longe disso. Sou apenas extremamente ciente dos fatos e da realidade. Não sei mentir pra mim, sou sincera. Pra que fantasiar e perder tempo? Pra que dar a alguém a chance de nos quebrar por dentro? Não vejo sentido em nada disso. E não me orgulho. Apenas sou fria de uma maneira diferente. Quando abraço, é intensamente. Quando digo que amo, é verdade. Apenas é raro agir ou dizer.
As coisas têm um tempo determinado. É um contrato. Sem pós, apenas com os meus contras. Deixando passar o que poderia ser bom, ou até não. Mas que com toda a certeza seria aprendizado, seria a lembrança bonita em algum dia chuvoso. Seria o orgulho de um passado sem meus persistentes temores.
A verdade é que por mais que eu queira – e às vezes quero – eu não mudo. Sou, fui e serei sempre assim. Fazendo os outros desistirem e admirando com pesar quem insiste em tentar seguir. Sou uma trilha, o caminho que não dá certezas, que não deve ser apostado. Nunca uma estrada.
Que tal essa confissão?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Aborto

A legalização do aborto, no Brasil, é com toda a certeza, um dos assuntos mais polêmicos da atualidade. Será que devemos ignorar as leis de Deus em prol de beneficiar as mães e de certa forma a sociedade? Ou o pensamento arcaico e hipócrita deve persistir?

Definitivamente, uma das coisas consideradas mais irritantes é a hipocrisia. As pessoas esquecem a realidade subdesenvolvida brasileira e pregam ideais igualitários que afirmam existir soluções mais viáveis e menos drásticas para solucionar uma gravidez indesejada! Fato é que esquecem como o sistema é falho. O Brasil não tem capacidade de distribuir preservativos para todos, quiçá oferecer uma estrutura para o desenvolvimento infantil. Famílias carentes, sem informação, são as que mais têm filhos e os criam sem condições. Só resta a essas crianças um futuro sem perspectiva e na marginalidade.

Não se deve matar inocentes apenas por o país não ter estrutura. É válido que a gravidez se torne algo mais estruturado. Em uma sociedade democrática é completamente contraditório a imposição de uma gravidez. A cidadã brasileira se submete a homéricos riscos de morte simplesmente por que conservadores ou/e religiosos consideram assassinato “matar” um embrião. Deve-se punir tão rigorosamente alguém com a morta, doenças ou uma responsabilidade acima da sua capacidade? Uma criança deve vir ao mundo sem o mínimo de estrutura familiar? Não!

Não devemos nos prender a um ideal religioso, principalmente quando vem de uma instituição corrupta. Já que a igreja católica considera pecado matar inocentes, não seria ela uma pecadora, pois carrega uma história de mortes? Ou então essas mulheres devem unir-se a esse número de mortos pelo ideal cristão? Talvez seja o pensamento ateu que origine tal conclusão. Ou então, seja apenas o esclarecimento suficiente para afirmar que não devemos nos prender a ideais religiosos de uma instituição corrupta, ou a hipocrisia quando poderíamos salvar vidas e melhorar a sociedade.


* O texto acima se trata de uma redação que fiz e foi bem avaliada. Portanto creio que seja algo no mínimo digno para começar um blog, visto que, não tenho melhores palavras para colocar aqui do que a minha opinião. E duvido muito que conseguisse escrever algo mais interessante. Então é isso.